sábado, 25 de junho de 2011

UM PRESENTE REINO

Era um reino, não muito distante. Um “reino”; porque outros possíveis reinos não existiam..., ainda. Fruto duma herança habitual, um reino similar e mandatório As nuvens eram artificiais, feitas da existência predatória – uma escolha. Os que se achavam reis - tinham coroas sobre as cabeças, como em qualquer reino sem visão, sem missão – coroas que os transformavam em opressores, alienavam... As muralhas eram altas, só que dentro do reino – as defesas eram internas. Nesse reino de nada sabiam do mundo lá fora. Cada rei com seu tesouro, seu capacho. Cada rei com sua habilidade de reger em torno da sua coroa predileta (...)

CIRCO

No meu circo:

tem esmola

tem congada

e passarada;

amendoim com casca

pipoca e algodão-doce;

tem palhaço triste

e leão na bilheteria;

tem salário equilibrista

e pavões ostentando

No meu circo:

tem caravana

com adultos

e crianças

bem-me-quer

e malmequer

tem mentira

e adultério

alegria...

depois pranto

No meu circo:

Faltam lonas,

Copos-de-leite

e Joãos-de-barro

No meu circo:

vejo a platéia

a espera de um

novo truque

(...)

Um Bilhete em Baixo da Porta

Prezado (a) (as) (os) morador (a) (es) (as) do vinte dois:

“Sei que és (são) novo (a) (os) (as) no prédio e ainda não se habituou (aram) com as regras (apesar de que regras de condomínio são quase universais) e espero que pelo menos abaixe (em) o som antes da meia noite, já que se passaram das dez e além do mais; amanhã é segunda”.

Aproveito o momento para desejar-lhe (es) um feliz aniversário, muita saúde e PAZ!

Saudações

Seu único vizinho, apartamento vinte um

Pequenas

“Distribuí toda minha fortuna. Bom dia!”
“Voltei iluso. Saí de uma reunião”
“Vendem-se cadeiras, com pessoas sentadas”

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Premio

Eu premiei um dia, confesso!
tú premiaras também
ele premiará sempre
que nós premiemos como piegas
quando vós premiardes o vazio
e por premiarem "eles"
não mais premiemos nós
(...)

...

Sou feliz com meu intestino/somos entrosados/como tambores ritmados/disseram-me que é uma das causas do sorriso

O Rei se foi

Vida nova aos súditos do rei
ele se foi
e junto dele seu egocentrismo
sua tripla personalidade
Vida nova ao castelo
Derrubem as muralhas
de fora pra dentro
ele se foi
E com ele sua inoperância
seu canudo dispensável
Vida nova ao brasão
Destruam as baias
que renasçam as ideias
ele se foi
E na sua sombra
somente os infiéis
(...)

domingo, 19 de junho de 2011

O Beijo

Pode ser o início
um recomeço
uma despedida;
a trégua
da guerra
na arte
e na cultura
do basium
ao suavium;
da benção
a um delírio
do sapo
e do príncipe;
pode salvar
nos lábios
a paixão
retirar o veneno;
recebido nas mãos
por sujeição
no bordel
por um sujeito
pérfido;
vir de longe
por carta
um momento intenso
vir pela busca
do amor
e perder o juízo
se for preciso;
pode secar as lagrimas
antes de caírem...